Terroristas muçulmanos em Quênia perguntavam a reféns se eram cristãos e os matavam, relata sobreviviente

25 de setembro de 2013, quarta Terroristas muçulmanos em Quênia perguntavam a reféns se eram cristãos e os matavam, relata sobreviviente

Uma dos reféns sobrevivientes ao assalto perpetrado por terroristas islâmicos a um dos principais shoppings em Nairobi (Quênia), assinalou que os terroristas lhe perguntavam à gente “se eram cristãos ou muçulmanos e os matavam".

O 21 de setembro, ao redor de 10 homens armados tomaram por assalto o shopping Westgate. O grupo extremista islâmico Ao Shabaab reclamou a autoria do ataque, como represália pelo despregue militar de Quênia em Somália.

A refém que a seguir narra os fatos é natural de Canárias (Espanha), vive faz 22 anos em Quênia e por motivos de segurança pediu ser identificado só por seu nome, Silvia.

Ela declarou telefonicamente para o diário espanhol O Dia que, no momento do ataque se encontrava com sua filha numa loja de roupa localizada no primeiro andar do shopping, "ouvimos um ruído, como se se tivesse caído uma estrutura. Depois soube que em realidade eram duas pequenas explosões. Depois começou já o tiroteio".

De imediato se esconderam nos provadores, mantendo-se aí por mais de quatro horas e meia. Esta rápida decisão as salvou da matança.

Silvia recordou também que na loja tinha “uma pessoa do Banco Mundial, um trabalhador da embaixada italiana e uma jornalista" e que "graças a eles nos inteiramos de que tinham reféns, mortos... Meu celular não tinha cobertura, mas eles tinham conexão com o mundo exterior".

Escondidas, sentiram que os terroristas passavam “por diante com roupa de assalto, mas eu não pude ver desde onde estava".

Foi ao redor das 4:30 p.m. relatou Silvia que se produziu a intervenção das forças de segurança de Quênia tomando controle da zona baixa do recinto. Os rescatistas “foram loja por loja evacuando à gente. Vieram e nos sacaram” e expressou que "só sei que no segundo andar mataram a um montão de gente”.

Silvia, sua filha e um grupo de reféns resgatados, foram atendidos nas imediações de "um templo índio, onde nos deram de comer e de beber. Perguntavam-nos o tempo todo a respeito de como estávamos".

Ao referir-se sobre a segurança do país, disse que em Nairobi "normalmente” se vive um ambiente “de acalma", indicou que "estamos muito cerca de Somália e há alerta de vez em quando. Isto foi um atentado terrorista e se me congela o sangue de pensá-lo" e recordou que em 1998 teve um atentado de Al Qaeda contra a embaixada de Estados Unidos.

Com o fim de liberar a mais reféns e neutralizar ao grupo extremista. O Dia informou a noite de ontem começou outra intervenção das forças kenianas e que a Cruz Vermelha do país confirmou que no porão do shopping o número de mortos ascende a 68.