Só quem confia em Cristo dará frutos mesmo em tempos de seca, afirma o Papa

21 de maro de 2014, sexta Só quem confia em Cristo dará frutos mesmo em tempos de seca, afirma o Papa

Durante a Missa que celebrou esta quinta-feira na Casa Santa Marta, o Papa Francisco advertiu que quem se fia só de suas próprias forças ou ideologias e deixa de lado a Deus está destinado à infelicidade, pois só a confiança em Cristo permite dar frutos também no tempo de seca.“Maldito o homem que confia no homem e procura seu apoio na carne, enquanto seu coração se aparta do Senhor!”, “o homem que confia em si mesmo” será como “um matorral na estepe”, condenado pela aridez a ficar sem frutos e a morrer, advertiu o Papa em homilia.

Segundo informou a Rádio Vaticana, Francisco disse que em mudança, quem confia no Senhor “é como uma árvore plantada à beira das águas, que estende suas raízes para a corrente; não teme quando chega o calor e seu follaje se mantém frondoso; não se inquieta num ano de seca e nunca deixa de dar fruto”. “Somente no Senhor nossa confiança está segura. Outras confianças não servem, não nos salvam, não nos dão vida, não nos dão alegria”.

Explicou que “nos agrada confiar em nós mesmos, confiar naquele amigo ou confiar naquela situação boa que tenho ou naquela ideologia" e "o Senhor fica um pouco de lado”. Isto, advertiu, faz que o homem se encerre em si mesmo, “sem horizontes, sem portas abertas, sem janelas” e “não terá salvação, não pode salvar-se a si mesmo”.Recordou que isso lhe sucedeu ao rico do Evangelho, que tinha tudo, "era tão feliz"; mas "não se dava conta que na porta de sua casa, talher de chagas”, jazia um pobre.

O Pontífice sublinhou que o Evangelho diz o nome do pobre: chamava-se Lázaro. Enquanto o rico “não tem nome”.“Esta é a maldição mais forte daquele que confia em si mesmo ou nas forças, nas possibilidades dos homens e não em Deus: perder o nome. Como te chamas? Conta número tal, no banco tal. Como te chamas? Tantas propriedades, tantas casas, tantas... Como te chamas? As coisas que temos, os ídolos. E tu confias em aquilo. Este homem é maldito”, assinalou.“Todos nós temos esta debilidade, esta fragilidade de pôr nossas esperanças em nós mesmos ou nos amigos ou só nas possibilidades humanas e nos esquecemos do Senhor. E isto nos conduz pelo caminho… da infelicidade”:Por isso, convidou a que em Quaresma os fiéis se perguntem “onde está minha confiança? No Senhor ou sou um pagão, que confio nas coisas, nos ídolos que me construí? Tenho ainda um nome ou comecei a perder o nome e me chamo ‘Eu’? Eu, mim, comigo, para mim, só eu? Para mim, para mim… sempre aquele egoísmo: ‘Eu’. Isto não nos traz salvação”. No entanto, assegurou que “ao final há uma porta de esperança” para aqueles que confiam em si mesmos e “perderam o nome”:“Ao final, ao final, ao final há sempre uma possibilidade. E este homem, quando se deu conta que tinha perdido o nome, tinha perdido tudo, tudo, levantou os olhos e disse uma só palavra: ‘Pai’. E a resposta de Deus foi uma só palavra: ‘¡Filho!’. Se algum de nós na vida, por só confiar-nos no homem e em nós mesmos, terminamos por perder o nome, por perder esta dignidade, agora existe a possibilidade de dizer esta palavra que é mais do que mágica, é mais, é forte: ‘Pai’. Ele nos espera sempre para abrir uma porta que nós não vemos e nos dirá: ‘Filho’. Peçamos ao Senhor a graça que nos dê a todos a sabedoria de ter confiança só nele, não nas coisas, nas forças humanas, só em Ele”, afirmou o Papa.