Religiosa africana é premiada pela ONU por seu trabalho com refugiados
21 de setembro de 2013, sbadoA jovem religiosa congolesa Sor Angélique Namaika, foi galardoada pela ONU com o “Prêmio Nansen pelos refugiados” por seu labor na defesa da mulher na República Democrática do Congo.
Segundo informou o 18 de setembro L’Osservatore Romano, durante a entrega do prêmio o Alto Comisionado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), Antonio Guterres, afirmou que Sor Angélique “é realmente uma heroína e demonstrou a todos que uma só pessoa pode mudar a vida das famílias golpeadas pela guerra”.
“O centro para a reintegração e o desenvolvimento em Dungu onde trabalha Sor Angélique, mudou a vida a mais de duas mil mulheres condenadas à fuga, e degradadas principalmente pelos guerrilheiros do LRA”, adicionou.
O Alto Comisionado da Nações Unidas outorga cada ano o Prêmio Nansen a pessoas ou grupos para reconhecer “um serviço excelente à causa dos refugiados”. O Prêmio toma o nome de Fridtjof Nansen, o famoso explorador noruego, científico e político, que foi primeiro alto comissário para os refugiados da Sociedade das Nações, o organismo que antecede historicamente o nascimento da ONU.
A maioria das mulheres acolhidas no Centro de Acolhida de Dungu foram vítimas de seqüestro, violência sexual, trabalhos forçados e atentados contra sua vida. Muitas delas conseguiram sanar dos traumas e os danos sofridos graças ao apoio de Sor Angélique, a quem chamam de carinho “Mamãe”.
Ao drama sofrido por estas jovens mulheres se soma a rejeição de suas próprias famílias e comunidades. Ao recolher o prêmio, Sor Angélique, assegurou que “é difícil chegar a imaginar o sofrimento destas mulheres nas mãos do LRA”, e “espero que graças a este reconhecimento outras pessoas refugiadas em Dungu possam receber a ajuda que precisam”.
“Nunca deixarei de fazer tudo o possível por devolver-lhes a esperança e oferecer-lhes a possibilidade de voltar a viver”, disse.
Na República Democrática do Congo mais de mil mulheres sofrem violações sexuais cada dia, nenhuma mulher pode assinar nada sem permissão de seu marido e muitas vivem como escravas sexuais. No Congo oriental, nas províncias de Kivu do Norte e de Kivu do Sul, a prevalência e a intensidade das violações e outros atos de violência sexual se descreve como o pior no mundo.
Desde o ano 2008 até hoje, mais de 320 mil pessoas abandonaram a República Democrática do Congo, que atualmente atravessa uma guerra civil entre o exército e os insurgentes.
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