Que o pai e a mãe compartilhem tempo com os filhos e não caiam na ditadura do fazer, pede o papa Francisco

22 de julho de 2024, segunda Que o pai e a mãe compartilhem tempo com os filhos e não caiam na ditadura do fazer, pede o papa Francisco

Antes de rezar a oração do Ângelus na Praça de São Pedro, no Vaticano, hoje (21), o papa Francisco destacou a importância de pais e mães terem tempo para compartilhar com seus filhos, cultivando o amor familiar e evitando a "ditadura do fazer".

Refletindo sobre o Evangelho de hoje (Mc 6, 30-34), no qual Jesus demonstra compaixão pelos discípulos e os convida a descansar, o papa ressaltou como na vida cotidiana o entusiasmo pelas missões, responsabilidades e tarefas pode nos tornar vítimas do ativismo, excessivamente preocupados com afazeres e seus resultados.

"Este é um alerta importante para nossas vidas, para nossa sociedade frequentemente prisioneira da pressa, mas também para a Igreja e para o serviço pastoral: devemos estar atentos à ditadura do fazer!", continuou Francisco.

O papa apontou que essa situação também ocorre nas famílias, onde muitas vezes, por necessidade, pais precisam ausentar-se para trabalhar, sacrificando o tempo com a família. "É uma injustiça social", afirmou, exemplificando com pais que saem cedo e voltam tarde, não vendo seus filhos acordados.

Francisco convidou a todos a refletirem sobre como evitar que as pessoas sejam forçadas a viver dessa maneira.

Segundo o papa, o descanso proposto por Jesus não é uma fuga do mundo, mas um momento necessário para desenvolver compaixão. "Só se aprendermos a descansar poderemos ter compaixão", disse ele. Isso porque, para perceber as necessidades do próximo, é preciso que o coração não esteja consumido pela ansiedade de fazer. Parar e, no silêncio da adoração, receber a Graça de Deus é fundamental.

O papa instigou a reflexão pessoal, perguntando se sabemos parar durante o dia, dedicar tempo para nós mesmos e para o Senhor, ou se estamos sempre apressados com as tarefas. "Sabemos encontrar um pouco de deserto interior em meio aos ruídos e às atividades cotidianas?", questionou.

Para concluir, o papa Francisco pediu que a "Virgem Santa nos ajude a descansar no Espírito mesmo em meio a todas as atividades cotidianas, e a sermos disponíveis e compassivos com os outros".