Quando a oferta de vida perde o sentido
10 de dezembro de 2021, sexta
Somos constantemente atraídos por algo, principalmente por coisas boas e belas que parecem nos trazer de alguma maneira a felicidade. Se pararmos para fazer uma análise de nossos sonhos, desejos e buscas, perceberemos que constantemente, estamos buscando sempre a felicidade.
Imagine um casamento! O que se fala amplamente entre os gurus do casamento perfeito – e, nisso eles tem razão – é que casa-se para fazer o outro feliz. Ou seja, o caminho é de um constante esvaziamento do eu em favor da pessoa amada.
Na vida consagrada, religiosa, missionária, a premissa não é diferente. Nos tempos áureos do enamoramento, do vocacional, do postulantado, discipulado, o desejo do coração que almeja consagrar-se é ofertar a própria vida! É morrer – há inúmeras juras de amor nesse sentido – para que outros conheçam a Jesus Cristo.
Porém, nos corredores e bastidores as turmas de formação inicial costumam comentar e observar uma evasão considerável dos membros consagrados, logo após a consagração ou já nos primeiros momentos pós-promessas definitivas. O engano começa a tomar um rosto e uma preocupação que começa justa. O rosto é o do próprio consagrado, não mais o de Cristo a quem se contemplava e com quem se apoiava e configurava. E a preocupação é: para que eu possa me dar melhor preciso cuidar de mim!
Preciso me amar também
Se evoca o Evangelho inclusive: “amar o próximo como a si mesmo… preciso me amar primeiro, não é mesmo? Em pouco tempo já não sou mais uma alma que se oferta, mas um corpo que precisa de atenção exclusiva e prioritária.
Não estou dizendo que saúde mental e física não seja importante. O problema está em esquecer-se que já não sou mais eu o centro, mas Deus. A alma abre – ou melhor, escancara – a porta para crise vocacional. Afinal, já não é mais o Senhor da Vocação quem importa e conduz, mas as necessidades do vocacionado.
Basta um olhar e uma leitura básica às almas consagradas que chegaram aos altares.
O que sustentava Cura d’Ars dormir 4h por noite, entre um combate espiritual e/ou corporal com o demônio? O que fazia Dom Bosco exaurir as forças físicas nas exaustivas horas de trabalho? O que levava uma religiosa idosa, de saúde frágil e comprometida, a passar horas a fio andando e carregando pobres ao colo como Teresa de Calcutá? O que fez Chiara Luce gastar o seu físico enfermo louvado e recebendo pessoas no auge da sua dor? O que leva pais e mães a passar noites em claro? Repetir ordens exaustivamente? Estabelecer hábitos mais saudáveis?
O Esquecimento de si!
Não é mais sobre eu e minha vontade e/ou necessidade de dormir? Mas a preocupação com o Amado e os seus. Será que estou sendo radical demais?
Pergunte aos santos!
Só estou fazendo uma análise a partir de quem foi fiel até o céu, eu e você estamos suscetíveis a desistir do caminho e não recomeçar mais. Só recomeça quem esquece de si!
Heraldo Lima, postulante da Comunidade de Aliança, João Pessoa.
Fonte: https://comshalom.org
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