Casais decidem não ter filhos por priorizar os bens material e consumismo, explica Bispo

11 de outubro de 2013, sexta Casais decidem não ter filhos por priorizar os bens material e consumismo, explica Bispo

“A sociedade do bem-estar econômico nos está passando a conta”. Com estas palavras, O Presidente da Comissão Nacional da Pastoral Familiar, Mons. Bernardo Bastres, explicou as recentes cifras do Instituto Nacional de Estatísticas (INE) que evidencian uma mudança na estrutura familiar do Chile.

Segundo o INE, a média de filhos por família diminuiu nos últimos dez anos de quatro ou cinco a dois e os casais sem filhos aumentaram de 7.5% a 9.3%, tendência que seguirá ao alça segundo a instituição.

“A sociedade do bem-estar econômico nos está passando a conta”, explica Mons. Bastres, também Bispo de Ponta Arenasy lamenta que muitos prefiram priorizar “o chegar a ter uma melhor qualidade de vida: uma moradia cômoda, fins de semana em viagens e diversões, etc.” em vez de ter filhos.

Segundo um estudo realizado pela Universidade de Chile, as razões que predominam nos casais que decidem não ter filhos são o bem-estar econômico e o desenvolvimento profissional. Uma enquete realizada pelo Centro de Microdatos da instituição, revelou que um total a mais de 16 mil entrevistados, o 62% não considera em seus planos ter filhos. Desta cifra, o 44% são homens e o 56% mulheres.

“O sistema econômico que se sustenta em que a felicidade consiste em ter de tudo e o melhor, leva a que muitos pais não vejam o ter filhos como o grande valor de seu projeto familiar”, comenta Mons. Bastres e considera que isto também se evidência nas longas jornadas de trabalho que diminuem o tempo dedicado à família.

Segundo o Bispo, esta mudança na estrutura familiar também afeta à sociedade, já que “a primeira socialização, como também os primeiros germes da fé se vivem e se desenvolvem na experiência básica da família”.

Segundo o INE, a transição demográfica que vive Chile se deve ao desenvolvimento econômico, cultural, social e a melhora na qualidade de vida. Projeta que a tendência ao envelhecimento seguirá ao alça, enquanto a taxa de fecundidade seguirá diminuindo. Mons. Bastres diz que “um dos conceitos que deveríamos evangelizar é a ´qualidade de vida` da que tanto falam nosso políticos e economistas. Para um cristão que significa? Só algo material?”.

Mons. Bastres diz que “enquanto estes casais estejam jovens encherão seus interesses”, mas que “ao chegar à ancianidad será a soma de dois egoístas que experimentarão o maior de todos os esvaziamentos existenciais: vou-me como todos, sem nada, mas com o agravante de levar vazias minhas mãos, pois o único que me cobrirá minha nudez adiante do Senhor é ter-lhe ajudado em sua criação deixando descendentes que lhe sigam amando, conhecendo e construindo seu Reino”.