Papa: cristãos trabalhem pela unidade, mexeriqueiros dividem
12 de maio de 2016, quintaJesus, antes da Paixão, reza pela “unidade dos fiéis, das comunidades cristãs” para que sejam uma só coisa como Ele e o Pai, a fim de que o mundo creia”. Com estas palavras do Evangelho do dia, o Papa Francisco iniciou a homilia da missa celebrada nesta quinta-feira (12/05), na Casa Santa Marta.
“A unidade das comunidades cristãs, das famílias cristãs, é um testemunho: testemunho do facto de o Pai ter enviado Jesus. Talvez, chegar à unidade numa comunidade cristã, numa paróquia, num bispado, numa instituição cristã e numa família cristã, seja uma das coisas mais difíceis. A nossa história, a história da Igreja, nos envergonha muitas vezes, pois provocamos guerra contra os nossos irmãos cristãos! Pensemos numa, na Guerra dos Trinta Anos.”
Onde “os cristãos incitam guerra entre eles”, afirma o Papa Francisco, ali “não há testemunho”:
“Devemos pedir muito perdão ao Senhor por esta história! Uma história muitas vezes de divisões, não somente no passado, mas também hoje! O mundo vê que estamos divididos e diz: ‘Mas que entrem num acordo, depois vamos ver. Jesus ressuscitou e está vivo e estes seus discípulos não vão de acordo? Uma vez, um cristão católico disse a outro cristão do Oriente, também católico: ‘O meu Cristo ressuscita depois de amanhã. E o teu quando ressuscita?’ Não somos unidos nem mesmo na Páscoa! Isso no mundo inteiro, e o mundo não crê.”
“Foi a inveja do diabo”, explicou o Papa, que fez entrar o pecado no mundo”: assim, também nas comunidades cristãs “é quase habitual” que haja egoísmo, ciúmes, invejas e divisões. Isto leva a falar mal um do outro. Falamos muito mal dos outros! Na Argentina, estas pessoas são chamadas de mexeriqueiras: semeiam discórdia, dividem. E ali as divisões começam com a língua, por causa da inveja, ciúmes e também fechamento! A língua é capaz de destruir uma família, uma comunidade, uma sociedade. É capaz de semear ódio e guerras”, disse o Papa. Em vez de procurar esclarecer “é mais cómodo falar mal” e destruir “a fama do outro”. O Papa citou a anedota conhecida de São Filipe Neri que deu como penitência a uma mulher que tinha falado mal depenar uma galinha e espalhar suas penas pelo bairro para depois recolhê-las. “Mas não é possível!”, exclamou a mulher. Assim é o falar mal:
“O falar mal é assim: suja o outro. Aquele que fala mal, suja! Destrói! Destrói a fama, destrói a vida e muitas vezes, várias vezes!, sem motivo contra a verdade. Jesus rezou por nós, por todos nós que estamos aqui e por nossas comunidades, por nossas paróquias, por nossas dioceses: ‘Que sejam um’. Peçamos ao Senhor que nos dê a graça, pois a força do diabo, do pecado que nos impulsiona a criar desunião, é muito grande. Que Ele nos dê a graça, que nos dê o dom. Qual é o dom que faz a unidade? O Espírito Santo! Que Ele nos dê este dom que cria harmonia, porque Ele é a harmonia, a alegria em nossas comunidades. Que Ele nos dê a paz, porém com a unidade. Peçamos a graça da unidade para todos os cristãos, a grande graça e a pequena graça de todos os dias para as nossas comunidades, as nossas famílias, e a graça de morder a língua!” (BS/MJ)
Outras notícias Relacionadas Papa: cristãos trabalhem pela unidade, mexeriqueiros dividem - Blog notícias Fé Católica
- O êxodo silencioso, a fuga dos cristãos iraquianos de sua terra
- O Papa: a maturidade sacerdotal passa pelo Espírito Santo
- O Papa: Deus nos conceda a paz que os homens sozinhos não conseguem construir
- Papa: Em meio a guerras e pandemia, o Ressuscitado é a esperança
- O Papa: quem não segue o Concílio não está com a Igreja
- Papa: rezo pelos anciãos que se encontram sozinhos e no medo