Padre Zezinho
Padre Zezinho
Padre, cantor, catequista
Canais/Redes Sociais:

Aparecer demais na mídia e na tv

ALGUEM QUIS saber sobre minha atuação na mídia católica e na WEB. Por que quase não me veem na tela?

Em primeiro lugar, meus respeitos por quem está presente todos os dias e, em certos casos, 8 a 10 horas em vídeos, TV e Rádio. Entendem que é sua missão. E atingem milhões. São mais ousados e corajosos do que eu. Fui e vou só até certo ponto. Paulo foi mais ousado do que outros apóstolos. Alguns padres são como Paulo. Arriscam pescar onde muitos de nós padres pescamos. Meus respeitos a eles!

Meus superiores, porém, nunca pediram isto de mim. Sempre deixaram isto a meu critério! E eu decidi usar menos a mídia laica e mais a mídia católica.

Tive bons mestres e fiz cursos que valeram a pena. Desde os anos 1968, quando fui convidado a aparecer na Record e na Banderantes e, mais tarde, nas TVs Católicas reservei apenas uma hora por semana. Depois viajava para ir ao povo onde o povo estivesse.

Para mim, ir lá, era mais importante do que aparecer num estúdio e projetar minha imagem. Mas foi decisão minha. Há um grande risco de o pregador ser arroz de festa quando ele aparece demais. Aprendi isso com Dr Baquero em Washington. Ele lecionava comunicação na Catholic U. Universidade Católica.

Criei meu jeito de usar minha imagem. Outros têm seu jeito. Eles atingem milhões de telespectadores. Mas eu escolhi não atingir tantos olhos. Minha mística era IR AO POVO. Ir lá em pessoa!

Sobretudo quando em 1980 comecei a lecionar Prática e Crítica de Comunicação, o que fiz por cerca de 30 anos, decidi não aparecer muito. Eu lecionava comunicação e incentivava os alunos a usar rádio e TV mas, se possível se misturassem ao povo! Mais idas ao povo e menos ida na TV.
Presença demais e imagem demais na mídia é como chantili, chocolate ou sobremesa demais.
Com o tempo enjoa: ou enjoa o telespectador ou enjoa o próprio mensageiro. Quase sempre enjoa mais o telespectador do que o mensageiro!

Então é melhor que o pregador decida como é quanto vai aparecer: Demais? Ou o tempo suficiente?

Além disso, há o impacto da mensagem. É o caso da mensagem se mostrar maior do que o mensageiro! Em certos casos, a Palavra traz mais lembranças do que o rosto do pregador. Imagens passam, mas palavras costumam durar mais!

Há pregadores de religião, em todas as igrejas, que estão diariamente na TV, mas o povo não os segue. Nem sua pessoa, nem sua palavras impactam.

Em alguns casos pregam dez horas na TV, mas não atingem nem 0,1 ponto de audiência!

Outros são seguidos e lembrados mesmo que raramente apareçam nas telas.Sua mensagem impacta de tal maneira que, mesmo aparecendo apenas ocasionalmente, causam mais impacto. Em geral têm palavras marcantes! Em geral também estudaram e leram mais. Penso em Fulton Sheen, Helder Câmera, Thomas Merton. Eram procurados e não procuraram. Os últimos 7 papas também não procuraram a TV. Mas nunca se negaram a dialogar com a mídia. A mídia os procurava.

Os estudiosos de comunicação falam de MEIO e MENSAGEM.

Não importa se os transeuntes não se interessem por saber nem o nome, nem o rosto dos arquitetos ou dos engenheiros que ergueram aqueles enormes prédios: sua obra está lá! Se estudantes de arquitetura pesquisarem, saberão quem fez!

Qual o tempo e a dosagem correta da presença do mensageiro na mídia?

Todo pregador terá que descobrir se ele está menor ou maior do que a mensagem que ele entrega ao público. O povo será o juiz. Ligará a TV, o Rádio e o Celular para OUVIR e VER.

Pe Zezinho scj