Réquiem, qual a mensagem do mais novo single de Guilherme de Sá

"Réquiem", de Guilherme de Sá, é uma obra musical que mergulha profundamente nos temas da dor, do sofrimento e da esperança. A letra, impregnada de melancolia, oferece uma reflexão intensa sobre as inevitáveis adversidades da vida, ao mesmo tempo em que apresenta uma mensagem de consolo e superação.

O termo "réquiem" tradicionalmente se refere a uma missa ou composição musical dedicada à memória dos mortos, evocando sentimentos de luto e despedida. Porém, Guilherme de Sá vai além do contexto da morte física, utilizando essa metáfora para explorar as diversas "mortes" emocionais e espirituais que enfrentamos ao longo da vida.

A repetição da expressão "vai passar" ao longo da música funciona como um mantra de esperança. O cantor reconhece a presença da dor e do vazio que residem em cada um de nós, mas reafirma que esses sentimentos são temporários. A dualidade entre a dor atual e a certeza de que momentos difíceis são transitórios confere à música uma força emocional poderosa.

Guilherme de Sá, cuja trajetória musical inclui uma carreira solo notável e seu papel como ex-vocalista da banda Rosa de Saron, é conhecido por abordar em suas músicas temas como fé, espiritualidade e introspecção. Em "Réquiem", ele utiliza uma linguagem poética e simbólica para transmitir uma mensagem universal de resiliência. A referência ao "senhor de todo temor" e a convicção de que "tudo vai passar" são lembretes cruciais de que, mesmo nos momentos mais sombrios, existe sempre uma luz no fim do túnel. A música é um alento para aqueles que enfrentam dificuldades, reforçando que a dor é passageira e que a esperança sempre prevalece.

Réquiem - Guilherme de Sá



Se soubesse meu bem
O quanto eu sinto
Por redigir este requiem
Neste triste céu de agosto
Eu desgasto e gasto e fim
N'onde pouco que me resta
É um porém, sim
Mas o choro, ouve

Sabe a dor que está aí?
Sabe quando reza pelo fim?
Vai passar, vai passar
Sabe o vazio que que habita em ti?
Sabe o amanhã que viu ruir?
Vai passar, vai passar

Meu bem, se eu pudesse ter
Um efêmero zéfiro a mais
Te diria que as dores do seu mundo passarão
Antes que entoem seu pior trovão
Antes que troveje-lhe o último refrão

Sabe o mal que te aflige?
Sabe a ira que te consome?
Vai passar, vai passar
Sabe quando tudo é culpa
E só há desespero?
Então, também vai passar
Vai passar

Quando o Senhor de todo temor
Perder a contenda que há no seu peito
Angustiado, sofrido

Sabe o orgulho? Vai cair
Sabe a solidão? Vai sumir.
Vai passar, vai passar
Sabe a memória? Vai trair
Mesmo que esqueça-me
Vai passar, vai passar
Tudo passa.