Porta-voz dos bispos católicos no Egito fala sobre momento de crise

Cidade do Vaticano (RV) - No Egito martirizado pelas violências e pelos temores de uma guerra civil, as palavras do Papa no Angelus desta quinta-feira chegaram como um pequeno raio de esperança. Um apelo em favor da paz e do diálogo que foi apreciado pelos cristãos, mas também pelos muçulmanos do país. Foi o que ressaltou o porta-voz dos bispos católicos egípcios, Pe. Rafiq Greiche, entrevistado pela Rádio Vaticano:

Pe. Rafiq Greiche:- "Assim que o Papa concluiu o Angelus, as pessoas, os católicos, bem como os ortodoxos e até mesmo os muçulmanos, publicaram em todos os lugares as suas palavras: nos jornais, em todos os sites web, como se todos estivessem esperando que o Papa falasse! Em particular, os católicos sentiram que o Papa se faz próximo deles, que reza por eles e que busca infundir-lhes esperança: é aquilo de que verdadeiramente precisam."

RV: Como está a situação hoje? Há o temor, infelizmente, de um novo derramamento de sangue...

Pe. Rafiq Greiche:- "Ontem à noite houve muitas manifestações da Irmandade muçulmana; houve violência não somente nas igrejas, mas também nas instituições: foram também incendiados postos policiais, 40 igrejas – das quais 10 católicas e 30 entre ortodoxas, protestantes e greco-ortodoxas – foram saqueadas ou incendiadas, quando não totalmente destruídas..."

RV: A seu ver, como se poderá encontrar um caminho para a reconciliação?

Pe. Rafiq Greiche:- "Sinto muito ter que dizer que não será nada fácil alcançar a reconciliação, porque a Irmandade muçulmana e todos os partidos muçulmanos não estão comprometidos com a busca de uma solução política... O povo quer um Egito pacífico, enquanto um pequeno grupo está difundindo violência e terror até mesmo nos vilarejos do Alto Egito." (RL)