"Como é possível viver a alegria da fé hoje?". A pergunta do papa Francisco serviu como fio condutor à peregrinação organizada pelo Pontifício Conselho para a Família por ocasião do Ano da fé. E à pergunta – que retomava o slogan escolhido para a iniciativa "Família, vive a alegria da fé" - responderam as mais de 100 mil pessoas que se reuniram na praça de São Pedro, provenientes de 75 países do mundo, para participar no sábado (26) à tarde, no encontro de oração e de testemunho, e domingo de manhã na celebração da Eucaristia, ambos presididos pelo papa Francisco.
Durante a sugestiva vigília do sábado, depois de ter ouvido vários testemunhos de famílias, o pontífice ofereceu uma meditação centrada nas dificuldades de todos os dias, sobre a necessidade de comunicar, sobre o peso dos silêncios. "Mas o que mais pesa – afirmou o papa – é a falta de amor", a ausência de alegria nas casas.
Outro aspecto aprofundado pelo Bispo de Roma disse respeito ao sacramento do matrimônio, com a exortação dirigida aos esposos a permanecer unidos "sempre e por toda a vida", sem "dar importância a esta cultura do provisório que nos transtorna a vida”.
A este propósito, o papa repetiu as três palavras-chave já sugeridas durante a missa no dia mariano de 13 de Outubro passado, "para não lançar os pratos" entre marido e esposa: por favor, obrigado, desculpa. Por fim, indicando o ícone da Apresentação de Jesus no templo colocado ao lado da cátedra, o pontífice relançou o diálogo entre as gerações, sobretudo entre jovens e idosos, entre avós e netos.
No dia seguinte, celebrando a missa dominical, o Bispo de Roma na homilia partindo das leituras traçou três características da família cristã: a oração em comum, a preservação da fé e a vivência da alegria, aquela "verdadeira – explicou – que nos faz sentir a beleza de estar juntos, de nos apoiarmos reciprocamente", em cuja base está a "presença de Deus" com "o seu amor acolhedor, misericordioso, respeitoso para com todos" e “paciente”. Por fim, no Ângelus, o papa pediu para rezar pelas famílias em dificuldade.
L’Osservatore Romano, 29-10-2013.