O grupo “Laicos por Venezuela” convocou para este domingo 23 a um Rosário Nacional pela paz no país, a raiz da violência que vive faz anos e que se tem recrudecido nas últimas semanas no marco dos protestos contra o regime de Nicolás Maduro.“Em vista dos acontecimentos de violência gerados os últimos anos em nossa amada Venezuela, especialmente nestas últimas semanas, sentimos a necessidade de fazer um alto no caminho para gerar um espaço de paz e fazer escutar nossas vozes; e a maneira ideal é através da oração”, expressaram os organizadores num correio enviado a ACI Imprensa.
O evento se iniciará às 2pm de maneira simultânea em mais de 15 cidades, como Caracas, Barquisimeto, Cabudare, Valencia, Merida, San Antonio, Carrizal e Os Teques de altos mirandinos, Margarita, Guanare e Maracay entre outras. No caso de Caracas, os fiéis estarão congregados na praça Sucre de Petare.“É importante ressaltar que esta atividade (…), surge de nossa preocupação, principalmente como venezuelanos e laicos comprometidos, pelo palpável desamor que se vive a nosso país e o evidente fato de que como povo lhe demos as costas a Deus, estamos ahorita colhendo o semeado durante anos, e é hora de que a recuperação de nosso país, de nosso compromisso e de nossa fé não seja só ‘responsabilidade’ de alguns, senão de todos”, adicionaram.Assim mesmo, numa nota de imprensa difundida em sua conta de Twitter @LaicosxVzla, assinalou-se que uma tarefa também importante é a despolarización política do país. “São muitas mais as coisas que nos unem como membros deste grande país do que aqueles elementos políticos que nos separam, de ali a necessidade de empreender atividades que sirvam de ponto de encontro e de reconciliação e desde nossa organização cidadã partindo desde a fé, queremos pôr nosso granito de areia”, indicaram.
Continua a repressão há quase mês e meio do início dos protestos em Venezuela, continua a repressão contra as manifestações estudiantis. O diário O Universal informou que um grupo de homens encapuzados ingressou de maneira violenta numa assembléia de estudantes na faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Central de Venezuela (UCV), golpeando aos jovens e destroçando parte do mobiliário.
“Chegaram os encapuzados, em várias motos e procederam a roubar aos assistentes. Tiraram celulares, camisas, e artigos pessoais”, denunciaram os estudantes.Ante isto, a rectora da UCV, Cecilia García Arocha, informou que se suspendiam "todas as atividades” deste centro de estudos.Assim mesmo, ontem quartas-feiras foram detidas dois prefeitos opositores. Um deles é Daniel Ceballos, prefeito de San Cristóbal, em Táchira; e Enzo Scarano, do município de San Diego, em Carabobo, quem tinha sido condenado a 10 meses e 15 dias de cárcere por desacato.Por sua vez, a deputada opositora María Corina Machado participará amanhã sexta-feira na assembléia ordinária da OEA como representante alterna de Panamá e pedir a este organismo um papel "mais ativo" na crise de Venezuela.
O embaixador panamenho ante a OEA, Arturo Vallarino, indicou que na reunião que sustentou com a deputada, esta lhe transmitiu que "quer fazer questão de que a Carta (Democrática Interamericana) da OEA fala do respeito aos direitos humanos e as liberdades fundamentais, e à participação cidadã".O Governo de Maduro –que culpa a Machado pelos protestos-, está exigindo à Promotoria que lhe retire a imunidade diplomática com o fim de submetê-la à justiça venezuelana. Como se recorda, às duas semanas do início das marchas se entregou pacífica Leopoldo López, também líder opositor que permanece atualmente detento.Desde que se iniciaram as manifestações e a conseqüente repressão, ocorreram 31 mortes, incluindo recentemente o de um efetivo da Guarda Nacional Bolivariana (GNB). Por sua vez, a população segue subindo a Internet videos e fotos onde se vê o acionar dos motorizados e a GNB contra os civis.