Padre, cantor, catequista
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Bandido é aquele que se associa para cometer crimes. Entra num bando com os lobos em matilha. Seus atos são anti-sociais. Ele e seus companheiros de crime escolhem viver à margem da lei, da qual discordam porque a lei não serve aos seus interesses. Não aceitam viver de acordo com as regras da sociedade que os prendeu e puniu. Punidos, em resposta eles também atacam e punem, atirando pelas costas, sem aviso, na calada da noite, matando os inocentes para punir seus desafetos, sequestrando ou apossando-se da liberdade, dos bens e até mesmo da vida do outro.
Há “eu” demais no bandido. O outro significa pouco para alguém que mataria qualquer um que o contrariasse. Há um altissimo grau de egoismo em cada indivíduo que se associa com outros para apossar de algo que deseja possuir.
Vender artigos proibidos, ganhar muito dinheiro de maneira proibida, dominar uma área ou um ponto de comércio, apossar-se de coisas e pessoas e do que pertence a outros torna-se para o bandido um hábito. Não admite mudar de vida porque não deseja ou não sabe viver de outra maneira. Então ele se arma e desafia a comunidade, a região, a cidade, o Estado e o país.
As autoridades o caçam, prendem e punem. Mas a diferença é fundamental. Enquanto a lei diz que o bandido deve ser pego e punido por tirar a paz e os bens da comunidade, deixa claro que o uso da força tem que ser moderado e que os agentes da lei não podem matá-lo, a não ser em legítima defesa e como último recurso. Também diz que devem ser ressocializados.
Os bandidos não têm estas leis e muitos não aceitam a idéia de reeducar-se. Seguem as do grupo e, se acharem que a pessoa pode reagir ou indentificá-los, tiram-lhe a vida. Sentem-se senhores da vida alheia. Como arriscam a própria não acham que o outro tenha o direito de viver mais ou melhor do que ele. Fala em Deus, mas passa por cima das leis do Deus em que acredita.
Esse o dilema: a sociedade pode e deve punir, mas tem que obedecer aos limites da lei. O bandido segue outras leis. Os atos de violência de grupos no Brasil de agora fazem-nos pensar em reformas profundas. Chegam deformados para serem ainda mais deformados ou o sistema penal tem como torná-los pessoas menos violentas?
Amontoar 130 seres humanos numa sala onde cabem 40 é encurralar feras feridas. Um país que tem zoológicos nos quais cada fera tem o seu espaço vital precisa lembrar-se que prendeu seres humanos. E os humanos ficam cada dia mais desumanos quando tratados de maneira desumana. Ao Estado cabe punir, mas cabe também tentar re-educar! Se não poríamos dez feras numa jaula onde só cabem três, então porque enjaulamos 130 condenados onde só cabem 40?
Fonte: www.padrezezinho.com